Quando amamentamos, não conseguimos ver o quanto de leite está indo pra barriga dos nossos bebês e, embora seja muito importante observarmos (visualmente falando) as características de uma pega adequada, SOMENTE a pega não nos fala sobre uma transferência efetiva de leite. Há outros aspectos que são bons indicativos de uma transferência efetiva de leite e é sobre eles que vamos falar hoje! Um bebê em aleitamento exclusivo mama em média de 8 a 12 vezes num período de 24 horas e, em geral, quando satisfeito, solta a mama sozinho (e com aquela carinha de mamado e relaxado! J). Além disso, principalmente após a apojadura (descida do leite), a deglutição do bebê se torna audível. Nessa fase, após o reflexo de ejeção, costumamos ver um padrão ritmado de 1 a 2 sucções pra 1 deglutição (atenção àquele sonzinho “k” ritmado, que são as engolidas!), com pausas ocasionais. É claro que na medida em que a mamada transcorre e o fluxo de leite vai diminuindo (mama vai esvaziando e fica mais macia), esse padrão/ritmo muda, ou seja, o bebê sugará mais vezes até que junte uma determinada quantidade de leite para engolir (além de fazer mais pausas). Um outro sinal de boa ingesta é o aumento gradual da diurese (xixi) nos primeiros dias: com 1 semana de vida, espera-se em média de 6 a 8 fraldas de xixi. A presença de evacuação (cocô) nesse primeiro mês também é sinal de que a amamentação está fluindo bem, sendo que a coloração das fezes vai mudando com o aumento da ingesta de leite (se tornando mais amarelada por volta do quarto/quinto dia), embora mais adiante (após 1 mês de vida) seja comum o bebê amamentado ficar alguns dias sem evacuar. Por fim, a evolução do ganho de peso também é um indicativo de transferência efetiva, ou seja, após a perda de peso esperada dos primeiros dias, a curva assume um padrão ascendente de crescimento. Mas ATENÇÃO: não vamos esquecer que bebê não mama só pra se alimentar, ok? Principalmente os bem pequeninos adoram um chamego e curtem muito uma sucção não nutritiva porque sim, isso acalma e permite que ele fique ali aninhado no colo de sua mãe!
Isa Crivellaro
Fonoaudióloga e IBCLC