Amamentação e o câncer de mama – parte 2

? Devido aos impactos anatômicos e fisiológicos na lactação decorrentes do tratamento de câncer, as mulheres que sobrevivem a um câncer de mama e desejam amamentar podem enfrentar inúmeros desafios, sendo essencial o apoio e orientação profissional.

? Embora vários estudos relatem haver um certo temor de que a amamentação aumente o risco de recorrência ou um novo câncer de mama primário, não existem evidências que corroborem essa preocupação.

? Pensando nas terapias de conservação da mama (lumpectomia e radioterapia), uma revisão sistemática concluiu que as pacientes podem
produzir leite, mas o volume é significativamente reduzido na maioria dos casos. Tanto a cirurgia quanto a radiação podem afetar a capacidade lactacional. A cirurgia envolvendo a região subareolar pode cortar ductos terminais e obstruir a saída do leite materno. Além disso, incisões periareolares podem afetar a inervação do mamilo e potencialmente afetar o reflexo de ejeção do leite e regulação da produção de leite.Há evidências anedóticas de recanalização (formação de novos ductos) e reinervação após cirurgias de mama não oncológicas; no entanto, os efeitos da radiação provavelmente interfiram nesse fenômeno nos casos de câncer.

? Histopatologicamente, as mamas irradiadas exibem alterações e essas mudanças parecem ser irreversíveis. Diminuição da elasticidade do complexo mamilo-areolar e alterações induzidas por radiação na composição do leite, incluindo níveis aumentados de sódio, podem resultar em forte preferência infantil pela mama não afetada.

Fonte: Johnson HM, Mitchel KB. Breastfeeding and breast cancer: managing Lactation in survivors and women with a new diagnosis. Am Surg Oncol, 2019.

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Isa Crivellaro
Fonoaudióloga e IBCLC

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