Amamentação e o câncer de mama – parte 3

? História da Mastectomia: não se espera lactação numa mama após mastectomia devido à remoção do parênquima mamário. Mulheres com esse histórico devem ser aconselhadas à amamentação unilateral (mama não afetada), sendo totalmente possível nesses casos uma produção suficiente de leite para o bebê. A expressão de leite (manual ou com bomba) também pode auxiliar na regulação da produção de leite . Importante o manejo adequado relativo à pega e posicionamento do bebê para se evitar fissuras e traumas mamilares.

? Quimioterapia: pode causar efeitos histopatológicos irreversíveis e mudanças que afetam a produção do leite materno. Um
estudo de coorte internacional relatou que dentre as mulheres com câncer tratado durante a gravidez, aquelas que receberam quimioterapia relataram uma taxa significativamente menor de sucesso na amamentação (34% vs. 91%). Mulheres que iniciaram a quimioterapia no início da gestação relataram significativamente mais dificuldades, sugerindo efeito negativo em potencial na lactogênese I nessa população.

? Terapia Endócrina: após a realização de outros tipos de terapias e, dependendo do tipo de tumor, em alguns casos há a prescrição de terapia endócrina para pacientes com câncer de mama. Inibidores da aromatase (AIs) são contra-indicados na lactação, pelo risco de transferência para o leite materno (supressão na formação de estrogênio no bebê). Não existem dados sobre a transferência de tamoxifeno para o leite materno. O tamoxifeno é conhecido por inibir a lactogênese II, mas seus efeitos na produção estabelecida de leite são desconhecidas. A Sociedade Europeia de Especialistas em Câncer de Mama recomenda que a terapia com tamoxifeno seja interrrompida durante a gravidez e / ou amamentação. Mais dados são necessários a esse respeito.

Fonte: Johnson HM, Mitchel KB. Breastfeeding and breast cancer: managing Lactation in survivors and women with a new diagnosis. Am Surg Oncol, 2019.

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