Sim! E devem! Embora muitas instituições recomendem o aleitamento a bebês prematuros apenas após completarem 34 semanas (uma vez que, EM TEORIA, é a partir desse momento que os bebês tem maturidade para coordenar sucção, respiração e deglutição), é sabido que muitos bebês prematuros antes disso possuem total condições de mamarem ao seio. O leite produzido por uma mãe de um bebê prematuro vai ao encontro das necessidades daquele bebê, diferentemente do leite produzido por mães de bebê a termo! Isso não é incrível?
O leite humano possui fatores de proteção contra infecções (vamos pensar no risco aumentado de infecções dentro de uma unidade neonatal!) e possui fatores de crescimento e desenvolvimento que favorecem o crescimento e desenvolvimento do bebê! Não podemos esquecer que nosso leite é espécie-específico!
Segundo Jack Newman, há uma crença totalmente errônea de que mamar no seio cansa o bebê prematuro. Ele explica que muitos profissionais tendem a acreditar nisso pelo simples fato de que, com muita freqüência, os bebês acabam adormecendo no peito. Na verdade, o que acontece é que bebês respondem ao fluxo de leite. Se o fluxo está baixo, o bebê tende a adormecer. E por que o fluxo diminui? Em muitas unidades neonatais há uma rotina engessada principalmente com relação ao horário da alimentação, as mães muitas vezes não são encorajadas a fazerem ordenhas freqüentes para manutenção de sua produção de leite, tampouco são estimuladas a fazer contato pele a pele ou mesmo oferecer a mama quando o bebê já está estável. É muito comum a transição da via alimentar ocorrer da sonda para a mamadeira e isso por isso só já é capaz de minar todo o processo. A transição da sonda para o peito é totalmente possível e o profissional fonoaudiólogo comprometido com a amamentação e capacitado no manejo clínico da lactação pode ajudar muito nesse contexto!
Um beijo, Isa Crivellaro