Não é raro eu receber perguntas de mulheres que buscam a consultoria de amamentação do tipo: “Mas se eu fizer a consultoria é certeza que vou conseguir resolver isso? Você me dá certeza de que o que você vai propor vai dar certo? Se você me atender, vou conseguir amamentar?
Outro dia estava pensando a respeito disso e me lembrei da época em que fazia terapia. No meu entender, o bom terapeuta sabe exatamente qual pergunta te fazer de modo a te conduzir pra te fazer chegar às conclusões que você precisa chegar pra resolver determinadas questões. Minha terapeuta fazia exatamente isso. Ela falava pouco, mas quando falava… era certeira. Várias fichas caíam a partir de uma única pergunta ou comentário. E porque a terapia era efetiva? Por que ela era muito competente E PRINCIPALMENTE porque eu topava mergulhar naquilo, por mais dolorido e desafiador que fosse. A pergunta nunca seria suficiente se eu não topasse encarar aquele desafio.
Isso se chama protagonismo.
Ou seja: é no mínimo anti-ético e irresponsável eu ou qualquer outra consultora dar alguma garantia nesse sentido.
Não menos importante: são os diversos fatores envolvidos numa consultoria em amamentação, ou seja, pode haver questões de base relacionadas à mãe ou ao bebê que podem ser mais complexas (anatômicas, por exemplo) e que necessitam de encaminhamentos ou outras intervenções; até questões mais simples que dependem basicamente de ajustes e que, via de regra, se resolvem em alguns dias.
Mas o que quero pontuar aqui é o seguinte: assim como numa terapia, o esforço maior sempre será da paciente/cliente. A gente dá a mão à essa família e aponta caminhos, mas é mãe e bebê que fazem tudo acontecer. São vocês que estão juntos 24 horas por dia vivenciando aquele processo (o que não significa que o apoio e suporte do entorno não seja importante, pelo contrário!).
Conhece aquela velha história do “saber qual parafuso apertar”? Esse é o papel da consultora. É te mostrar “qual parafuso apertar”…
… Mas quem aperta o parafuso são vocês.