Não é incomum ouvirmos esse tipo de queixa e esse “estica e puxa” pode ser reflexo de uma série de situações e, na realidade, só conseguimos, de fato, resolver isso quando compreendemos o que está provocando esse comportamento.
Vou pontuar aqui três situações comuns que podem fazer com que o bebê faça isso:
Excesso de fluxo: Imagine-se no lugar do bebê tendo que coordenar sucção – deglutição -respiração numa situação em que vem muito leite. O que vc faria pra não engasgar? Tentaria controlaria o fluxo. Pois é, a maneira que eles tem de fazer isso é “mordendo” a mama. Além disso, nesses casos é comum também o bebê engolir ar e ficar desconfortável. O que fazer nesses casos? Além de colocar o bebê pra arrotar com mais frequência, a primeira coisa no manejo de situações como essa envolve mudanças de posicionamento. Nesse sentido, a posição laid back (mãe recostada e o bebê por cima) pode ajudar. Outra sugestão é usar a mão em tesoura. Dai você pensa: mas Isa, sempre ouvi que mão em tesoura atrapalha a amamentação! De fato, na maioria dos casos não recomendamos, mas nesse caso ela pode ajudar no controle do fluxo.
Diminuição do fluxo: Bebês gostam de fluxo e muitas vezes sinalizam uma diminuição do mesmo (o famoso “esvaziamento da mama”) mordendo e puxando. Nessas situações, a orientação costuma ser: ofereça a outra mama! Isso inclusive muitas vezes nos ajuda a entender se o bebê está pedindo “mais leite”.
Uso de bicos: pois é. Uma das coisas que indica a famosa confusão de bicos é o comportamento do bebê ao seio. Falando especificamente sobre o bebê que usa chupeta, é comum observarmos esse comportamento principalmente no início e no fim da mamada. E por que? Porque é quando há um menor fluxo. Os bebês que usam chupeta tendem a associar a chupeta à sucção não nutritiva e o peito à sucção nutritiva (fluxo maior de leite), então se o fluxo não está minimamente satisfatório no seio, o estica e puxa começa.
Isa Crivellaro
Fono e IBCLC
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