Manoela queria muito amamentar. Teve seu parto natural, muito desejado e planejado, mas assim como muitas mulheres, achava que amamentar era algo automático e instintivo.
Nos primeiros dias após o parto, Manoela teve fissuras. Embora tenha recebido algumas orientações na maternidade sobre a pega, levou um tempo até que ela e seu bebê pudessem se ajustar. Após alguns dias levou Gael, seu bebê, ao pediatra. Pra sua surpresa, Gael seguia perdendo peso mesmo estando em livre demanda e, por isso, foi orientada a voltar depois de 3 dias para uma nova avaliação.
Manoela saiu chateada do consultório e então escreveu para uma amiga no WhatsApp contando a situação. Sua amiga (na maior das boas intenções) lhe disse que oferecesse um peito por mamada, para que Gael pudesse mamar o “leite gordo” e, assim, engordar. Assim Manoela o fez, sem saber que essa seria a sentença final da sua amamentação.
Manoela não havia sido orientada corretamente, assim como tantas outras mulheres. Oferecer uma mama por mamada pode funcionar para algumas duplas, mas não para todas pois, em boa parte dos casos, pode fazer com que a produção diminua (já que o que determina uma boa produção é a frequência de mamadas efetivas).
Três dias depois, Manoela e seu bebê voltaram ao pediatra que, embora fosse super a favor da amamentação, acabou indicando complemento a Gael pois ele ainda não estava ganhando peso.
Assim como tantas outras duplas, Manoela e Gael entraram para uma estatística comum, a do desmame precoce. E, claro, a culpa não foi da Manoela, mas do sistema.
Se você está gestante, não caia na mesma cilada que Manoela. Informe-se no pré-natal e se passar por alguma intercorrência no processo, busque ajuda efetiva o quanto antes. Boa parte dos problemas de amamentação são evitáveis ou podem ser resolvidos sem a introdução de complemento.